Por: Rodrigo Santos
Monsanto South America Hub Lead / Presidente da Monsanto na América do Sul
A pergunta parece estranha, mas não está muito distante do que já é uma realidade para diversos agricultores em países como os EUA e, agora, no Brasil. Da mesma forma como a internet transformou as enciclopédias em artigos de museu e os serviços de streaming fizeram evoluir a forma como consumimos filmes e séries, a agricultura digital chegou para mudar a forma como nós produzimos alimento e, por consequência, como planejamos e utilizamos nossos recursos.
A Climate Corp, empresa da Monsanto Company, tem sido o grande motor dessa mudança, levando o big data para a agricultura. Big data nada mais é do que a ciência que permite a gestão e a organização de uma grande quantidade de dados.
No caso da agricultura, um simples talhão gera cerca de 20 GB de dados e informações por ano. E esses dados dizem respeito ao clima, ao solo, à área plantada, às condições das plantas, à cultura utilizada e a muito mais. Se pararmos para pensar, são coisas que todo agricultor já observava e, provavelmente, utilizava a seu favor para produzir melhor no espaço disponível.
Entretanto, imagine o que acontece quando conseguimos reunir todos esses dados, organizados segundo um mesmo padrão e de agricultores de diversas culturas, áreas, ecossistemas, regiões... é quando a mágica do big data acontece. Produzir alimentos e recursos passa a ser um processo coletivo, digital e inteligente, como já ocorre com a produção de notícias ou de serviços compartilhados – Uber ou Airbnb, por exemplo. Isso é a agricultura digital. Uma espécie de Waze para o produtor.
O campo está se aproximando do big data de tal forma que os agricultores estão ampliando o uso de sensores em suas lavouras.
Existe uma estimativa de que, até 2020, teremos mais de 100 bilhões de sensores conectados à internet na agricultura.
Eles são responsáveis por enviar, em tempo real, dados para a nuvem que, na sequência, são organizados e geram as informações tão desejadas para a tomada de decisão do agricultor.
À medida que essa massa colossal de dados começa a ser organizada, ela vira informação. E o melhor: informação automatizada. O que significa que o produtor passa a ter, na ponta dos dedos, respostas sobre o que plantar, como plantar, onde e em que época. Mais do que isso: ele sabe quais defensivos ou fertilizantes usar, as quantidades recomendadas para aquele tipo de clima e solo, e para as pragas mais comuns em sua região. Interligado a uma plataforma especial, esse programa pode até mesmo orientar máquinas agrícolas para que os processos ocorram de forma automatizada e com precisão matemática. O resultado? Produzimos mais, de forma mais eficiente, poupando recursos e conservando nosso planeta.
Essa é a grande revolução em curso na agricultura mundial atualmente. É por isso que, mais do que nunca, produzir alimentos tem a ver com planejamento, eficiência e informação. E, conforme a revolução digital, que tanto muda nossas vidas, chega à agricultura, a pergunta do título começa a não parecer tão estranha. E aí? Quantos giga tem sua lavoura?